terça-feira, 5 de junho de 2012

Cidadezinha
Mário Quintana
Cidadezinha cheia de graça...
Tão pequenina que até causa dó!
Com seus burricos a pastar na praça...
Sua igrejinha de uma torre só...
Nuvens que venham, nuvens e asas,
Não param nunca nem um segundo...
E ficam a torre, sobre as velhas casas,
Fica cismando como é vasto o mundo!...
Eu que de longe venho perdido,
Sem pouso fixo ( a triste sina! )
Ah, quem me dera ter lá nascido!
Lá toda a vida poder morar!
Cidadezinha... Tão pequenina
Que toda cabe num só olhar...


In: Prosa e verso, Editora Globo, São Paulo






Mário Quintana usa o recurso da rima para exprimir a simplicidade e ao mesmo tempo o encanto de sua cidade. Ao compor seus versos, Mário, além de usar rimas originais, preocupou-se também com o ritmo do poema.

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